Casos são "deploráveis e destruíram" credibilidade da Igreja que tem de trabalhar muito para a recuperar, disse bispo nascido no Brasil e residente nos EUA que preside à peregrinação de agosto.
O bispo de Fall River, no estado norte-americano de Massachusetts, disse esta quarta-feira em Fátima, que o tema dos abusos sexuais na Igreja Católica é difícil, mas não há outra alternativa senão enfrentá-lo com transparência e sinceridade.
“Eu sei que é um tema difícil para a Igreja, para todos enfrentarem, mas não temos uma alternativa a não ser enfrentá-lo com transparência, com abertura, com sinceridade”, afirmou aos jornalistas Edgar Moreira da Cunha, na conferência de imprensa que antecede a peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de agosto ao Santuário de Fátima.
Edgar Cunha, nascido no Brasil, foi questionado sobre as notícias das últimas semanas de alegados abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica portuguesa, assim como do suposto encobrimento por parte da hierarquia.
Em Boston, no mesmo estado de Massachusetts, ocorreu um dos maiores escândalos relacionados com abusos sexuais nos Estados Unidos envolvendo elementos da Igreja Católica. Um dos antecessores de Edgar Cunha em Fall River, o agora cardeal Sean O'Malley foi na altura nomeado para Boston de forma a lidar com a situação e chegou a vender o paço episcopal para pagar indemnizações às vítimas.
Salientando que esses factos “deploráveis destruíram a credibilidade da Igreja”, Edgar Cunha defendeu que a instituição tem hoje de “trabalhar, e trabalhar muito”, para a restaurar.
“Houve erro no passado? Houve. O entendimento do passado é muito diferente do nosso entendimento de hoje. O que nós temos é toda uma estrutura que não permite acobertar erros e crimes de quem quer que seja, não permite que as pessoas possam escapar e fazer o mal sem ser notado”, assegurou.
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